Pesquisa

De 13 a 15 de novembro de 2025, a CCDR Alentejo, I.P., em Évora, acolheu o 17.º Congresso dos Arquitectos, evento central da vida pública da profissão e espaço privilegiado de reflexão sobre os desafios contemporâneos da arquitetura. Sob o tema “Inteligência Essencial”, o Congresso reuniu profissionais, académicos, decisores públicos e especialistas para debater o papel transformador da arquitetura num contexto marcado pela crise habitacional, pelas alterações climáticas, pelas desigualdades territoriais e pelo impacto crescente da inteligência artificial.
 
Para a Ordem dos Arquitectos (OA), este encontro consolidou a importância de uma prática ética, crítica e colaborativa, ancorada no território e capaz de articular tecnologia, cultura, sustentabilidade e responsabilidade social.

Moções de Orientação (todas do Conselho Diretivo Nacional)
- Essência, Desafios e Compromisso – Moção Global (Rep.: Avelino Oliveira)
- Por uma efetiva Política Nacional de Arquitetura e Paisagem (PNAP 2025–2030) – Moção Setorial (Rep.: Paula Torgal)
- Uma Visão Essencial para o Futuro da Profissão: Do fim da obrigação do Estágio rumo ao Desenvolvimento Profissional Contínuo (CPD) – Moção Setorial (Rep.: António Laúndes)
 
Recomendações
- Inteligência ambiental na Arquitetura. Para uma prática mais sustentável 2 – Rep.: Ricardo Camacho (17 subscritores)
- Avaliação da situação da Ordem dos Arquitectos – Rep.: Patrícia Robalo (2 subscritores)
- Por uma arquitetura do conforto – A crise habitacional – Rep.: Rodolfo F. de Assis Machado (1 subscritor)
- Inovação, tecnologia e inteligência em tempos de cólera – Rep.: Nuno Lacerda Lopes (votada pela Assembleia do Congresso para ser integrada como recomendação)
 
Comunicações apresentadas 
13 NOV | Sessão Sectorial 1 – Habitar, crise demográfica e guerras
Planear o Habitar como um Ato de Inteligência Essencial – Paulo Pisco
Escalas de Vizinhança em Habitação Coletiva – Simão Botelho
 
14 NOV | Sessão Sectorial 2 – Arquitetura e Inovação Tecnológica
Carências de Habitação e sistemas industrializados de construção – Alberto Reaes Pinto

15 NOV | Sessão Sectorial 7 – Internacionalização e Prática Global
Que Arquitetura responde à Crise da Habitação na Europa? - Filipa Roseta 
 
Resultado das votações 
O 17.º Congresso reforçou a participação ativa dos membros através das votações em plenário, que consolidaram orientações estratégicas para a profissão.

Recomendação “Inovação, Tecnologia e Inteligência em Tempos de Cólera” – Aprovada pela Assemblei do Congresso para integrar as recomendações do Congresso, com seis princípios orientadores para o futuro da profissão e das políticas públicas
A favor: 83% | Contra: 10% | Abstenção: 7%
Votação: 14 NOV 2025, 17:00 –17:30

Moção Global “Essência, Desafios e Compromisso” – Aprovada
A favor: 90% | Contra: 3% | Abstenção: 7%
Votação: 15 NOV 2025, 15:40–16:00 
Defende a inteligência humana e artificial como instrumentos éticos da prática e propõe um novo compromisso entre arquitetura e sociedade, organizado em sete áreas prioritárias: políticas públicas, ética e honorários, simplificação administrativa, fortalecimento institucional, renovação territorial, valorização cultural da arquitetura e regulação responsável da inteligência artificial
 
Moção Setorial “Por uma efetiva Política Nacional de Arquitetura e Paisagem (PNAP 2025–2030)” – Aprovada
A favor: 95% | Contra: 4% | Abstenção: 1%
Votação: 15 NOV 2025, 15:40–16:00 
Propõe transformar a Política Nacional de Arquitetura e da Paisagem num diploma legislativo estruturante; criar um plano de ação com recursos adequados; assegurar articulação entre os vários setores do Estado; promover formação para a administração pública; produzir guias de apoio à gestão territorial; e implementar um programa nacional de literacia em arquitetura e paisagem.
 
Moção Setorial “Uma Visão Essencial para o Futuro da Profissão (CPD)” – Aprovada
A favor: 61% | Contra: 20% | Abstenção: 20%
Votação: 15 NOV 2025, 15:40–16:00 
Propõe eliminar o estágio profissional obrigatório como requisito de acesso à Ordem e substituí-lo por um sistema obrigatório de formação contínua ao longo da carreira, abrangendo tecnologia, legislação, ética, sustentabilidade e inovação.
 
“Conclusões do 17.º Congresso dos Arquitectos” – Aprovadas
A favor: 96% | Contra: 2% | Abstenção: 2%
Votação: 15 NOV 2025, 16:13–16:25
Consolida a visão comum sobre políticas territoriais, habitação, sustentabilidade, cultura e inovação no exercício da arquitetura, e reforça o compromisso da profissão com a inteligência essencial — humana, crítica, ética, territorial e cultural — como fundamento para enfrentar os desafios do presente e projetar um futuro mais sustentável, justo e inovador. 
 
As Conclusões do 17.º Congresso, aprovadas por 95% dos membros presentes, sintetizam o trabalho desenvolvido ao longo de três dias e afirmam:
 
- A necessidade de reforçar políticas públicas de habitação assentes na qualidade arquitetónica;
- A urgência da ação climática e da adaptação territorial;
- O compromisso com uma cultura disciplinar crítica, colaborativa e socialmente responsável;
- A importância de integrar tecnologias emergentes como a impressão 3D, a construção modular e a IA;
- A defesa da equidade territorial e da valorização do património como dimensões estruturantes da prática arquitetónica.
- Um Congresso que projeta o futuro da arquitetura portuguesa.
 
Para a Ordem dos Arquitectos, o 17.º Congresso reafirmou o papel central da arquitetura na construção de territórios mais coesos, sustentáveis e inclusivos. A elevada participação, a diversidade das propostas submetidas e a expressiva aprovação das conclusões demonstram uma profissão empenhada em assumir o seu papel social, cultural e ambiental num tempo de mudanças decisivas.
 

+ Toda a informação e documentação disponível em www.congressodosarquitectos.pt

+ Assista ao 17.º Congresso dos Arquitectos em  Youtube Ordem dos Arquitectos