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A Ordem dos Arquitectos apresenta as mais sentidas condolências à família, amigos e colegas de José Forjaz e junta-se à Ordem dos Arquitectos de Moçambique, prestando homenagem a este ilustre arquiteto, que afirmou ser “internacionalista” e “a nossa pátria é onde trabalhamos. Sou um cidadão do mundo”.

José Forjaz nasceu em Coimbra em 1936 e partiu para Moçambique em 1952, onde acabou o curso secundário. Tirou o curso de arquitectura na Escola de Belas Artes do Porto. Realizou os primeiros trabalhos em Portugal, nos princípios da década de 1960 partindo para um mestrado na Universidade de Columbia, em Nova Iorque em 1966, depois de 4 anos de serviço militar em Portugal e em Moçambique. Abriu um escritório de arquitetura na Suazilândia em 1968, onde trabalhou até 1975, altura em que regressou a Moçambique e é integrado no governo de transição e depois no governo do país independente. Entre 1961 e 1963, ingressou na Federação das Caixas de Previdência e três anos depois colaborou no atelier de Francisco Conceição Silva e Maurício de Vasconcellos. Em 1968, estabelece-se na Suazilândia, instalando-se depois em Moçambique, em 1975. Depois da independência, torna-se consultor do Ministério das Obras Públicas para as áreas de Planeamento de Habitação (1975-79).

Entre 1977 e 1983 é Diretor Nacional de Habitação, responsável pelo Planeamento Urbano e Regional. Ocupou diversos cargos públicos, tendo sido membro do Parlamento de 1977 a 1986. Dirige a Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico da Universidade Eduardo Mondlane desde 1990 e é “Visiting Professor” em várias Universidades Estrangeiras. O monumento Mbuzini (1998-99) é um dos seus projetos mais emblemáticos. Teve uma vasta obra construída em Moçambique, da qual se destacam, em Maputo, o Instituto Missionário da Consolata (1992-2000); o Auditório e a Capela para a CIRM Conferemo – Instituto Superior Maria Mãe de África (2000-03), as Casas Torcato (1999-2003) e Paulino (2003) e ainda o Condomínio “Caracol” (2004).

Ao longo do seu percurso foram-lhe concedidas múltiplas distinções: Galardoado com o “The Ralph Erskine Award” (Estocolmo 1989), Professor Emérito da Universidade Eduardo Mondlane; Membro do Policy Avisory Board da Cities Alliance (2006-9); Membro Honorário da Ordem dos Arquitetos Portugueses (2006); Membro Honorário Extraordinário do Conselho Internacional dos Arquitetos de Língua Portuguesa-CIALP (2018); Medalha de Veterano da Luta de Libertação Nacional, Moçambique; Comendador da Ordem da Liberdade Italiana; Medalha de Mérito Cultural de Moçambique (“Imbondeiro da cultura moçambicana”).

José Forjaz deixa-nos aos 88 anos, mas a sua influência e contributo para a arquitetura continuarão a ser lembrados e celebrados pelas gerações vindouras.