Pedra
As rochas naturais são o resultado da agregação de minerais ou mineralóides, cujo processo de formação pode ocorrer ao longo de vários milhões de anos. Os tipos de rochas existentes no planeta são diferenciados e classificados de acordo com a sua composição química, a sua forma e aparência, embora o método mais comum de diferenciação seja determinado pelo seu processo de formação. Chama-se pedra (do latim, petra) às diversas matérias minerais compactas utilizadas desde sempre na construção civil. Na realidade, a pedra é um dos materiais de construção mais antigos, juntamente com a madeira, devido à sua abundância em toda a superfície terrestre.
Portugal, na sua área continental, possui três unidades geológicas de grandes dimensões: o Maciço Antigo, as Orlas Mesocenozóicas e as Bacias do Tejo e do Sado. Esta variedade de leitos rochosos resulta numa intensa utilização da pedra para fins construtivos, facilmente reconhecíveis de Norte a Sul do país.
De forma muito generalista, as rochas podem ser classificadas em três tipos: magmáticas, sedimentares e metamórficas. As rochas magmáticas formam-se através da solidificação do magma resultante de atividade vulcânica — granito, diorito, basalto, pedra-pomes, etc.; as rochas sedimentares formam-se pela deposição de um conjunto de sedimentos que, compressos entre si, formam o respetivo minério — arenito, halite, travertino, gesso, argila, etc.; as rochas metamórficas podem originar-se a partir de rochas magmáticas e sedimentares através da ação de altas temperaturas ou pressões — ardósia, mármore, xisto, etc.
As rochas magmáticas subdividem-se em dois tipos: extrusivas, caso a rocha tenha tido origem no exterior da crosta terrestre; ou intrusivas, se a rocha teve origem no interior da crosta terrestre. As rochas sedimentares subdividem-se em três grupos: detríticas, se formadas com um conjunto de detritos que se vão aglomerando até formarem um material sólido; químicas, resultado da precipitação de substâncias que se encontram em dissolução; e orgânicas, quando formadas por matéria de seres vivos (vegetal ou animal). As rochas mais resistentes são as magmáticas e metamórficas, por oposição às sedimentares. As rochas mais densas apresentam elevada resistência mecânica (à compressão, ao desgaste, à temperatura, etc.), e, por contraponto, as rochas menos densas devem ser destinadas a usos preferencialmente não estruturais, como revestimentos, mobiliário, etc.).
Para os diversos tipos utilização da pedra como material de construção, esta terá primeiramente de ser extraída como matéria-prima através de um processo de mineração, com uma metodologia específica que, poderá ocorrer de modos diversos, conforme a sua localização. No entanto, é nas pedreiras (ou minas a céu aberto), onde frequentemente ocorrem as maiores extrações de rochas. O processo inicia-se com uma explosão, corte ou furo de preparação para a extração da matéria-prima, para que esta se desmonte da parede da pedreira. De seguida, e devido às dimensões e ao peso que estas rochas têm, terão de ser cortadas em dimensões que possibilitem a sua manipulação e transporte.
O mármore, por exemplo, é retirado das jazidas através de cortes com fios diamantados, e posteriormente cortado em camadas mais finas. Transporta-se o mármore para as marmorarias (unidades industriais onde é trabalhado), para ser cortado em placas com as dimensões adequadas ao seu futuro uso. Em seguida, é transportado para as oficinas de cantaria, onde a pedra é submetida aos últimos cortes e acabamentos.
O tipo de pedra, as suas características e qualidades físicas vão determinar a sua versatilidade e os usos que cada pedra pode assumir. As suas propriedades químicas determinam a densidade e a dureza da pedra, bem como a sua aparência. Assim, dependendo do tipo de pedra e da função para a qual é utilizada, os processos de transformação e de acabamento variam. Os acabamentos mais utilizados são: natural ou clivado, amaciado, bujardado, escacilhado, escovado, flamejado, jateado a areia manual ou mecânico, polido, riscado ou serrado.
A pedra é um dos materiais de construção mais antigos, juntamente com a madeira, devido à sua abundância em toda a superfície terrestre.
Existe em Portugal uma enorme variedade de pedras naturais de grande qualidade e, consequentemente, a indústria de extração e transformação de pedra está muito presente e ativa. Pegando no exemplo das pedras calcárias, podem encontrar-se dezenas de variedades na paisagem portuguesa, como o Lioz, Moleanos, Ataíja, Azul Peniche, Rosal, Moca, entre muitas outras.
Tendo em consideração o volume e peso dos trabalhos nas pedreiras, este processo é sempre executado fazendo uso de maquinaria. A extração da pedra é feita em função da orientação da superfície da pedreira. Assim, o corte inicial pode ter de ser feito na vertical ou na horizontal.
Os blocos extraídos são talhados em volumes mais pequenos, para facilitar o transporte e a trabalhabilidade, e geralmente são acumulados na pedreira até serem necessários em fábrica.
Transporte de bloco monolítico.
A pedra natural é geralmente vendida a oficinas de cantaria no formato de placas, pelo que é necessário assegurar a serração dos blocos.
O corte é executado por lâminas providas de pequenos dispositivos de diamante, e para evitar o aquecimento excessivo da pedra ao ser serrada é essencial mantê-la sob água corrente.
Tratamento da superfície da pedra após ser serrada.
Bloco monolítico talhado em várias peças. Serão devidamente embaladas para entrega em oficina de cantaria.
Placas cortadas e embaladas, prontas para entrega.