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Exposição coletiva "do Traço à Cidade"

 

A exposição coletiva “do Traço à Cidade”, é uma iniciativa da Secção Regional de Lisboa e Vale do Tejo da Ordem dos Arquitectos e visa o mapeamento das práticas contemporâneas de “desenho” arquitetónico de arquitetos e/ou coletivos de arquitetos sediados na região de Lisboa e Vale do Tejo. A exposição procurará relevar a diversidade das técnicas de representação utilizadas na prática quotidiana por ateliers e arquitetos sediados nos territórios de Lisboa e Vale do Tejo, abrangendo desde logo o desenho manual (carvão, grafite, aguarela, colagem, fotomontagem, entre outras), até processos mais tecnológicos, híbridos e digitais, incluindo intervenções com inteligência artificial.

Ao longo do século XX e XXI, os processos de representação e comunicação gráfica em arquitetura sofreram transformações profundas impulsionadas pelo avanço das tecnologias, com particular evidência nas duas primeiras décadas e meia do séc. XXI. A tradicional primazia do desenho manual, com técnicas como o esquisso a lápis, sépia, o carvão ou a aguarela, deu gradualmente lugar à introdução do desenho técnico assistido por computador (CAD), revolucionando a precisão e a eficiência na produção de projetos. Com o advento da modelação tridimensional (3D), da realidade aumentada e da impressão 3D, a prática arquitetónica expandiu-se para dimensões imersivas e interativas, permitindo simulações realistas de espaços e materiais ainda em fase de conceção. Nos anos mais recentes, a incorporação da inteligência artificial e da modelação paramétrica tem acrescentado novas possibilidades criativas e otimizado a conceção e análise de edifícios em tempo real. Estas inovações não só redefiniram a forma como os arquitetos comunicam ideias e soluções com os clientes e as suas equipas multidisciplinares, como também desafiaram os próprios limites da expressão arquitetónica.

Nas últimas décadas, a prática de representação em arquitetura tem atravessado uma profunda transformação, impulsionada pela rápida evolução das tecnologias digitais ligadas ao setor. A introdução generalizada do desenho assistido por computador (CAD) e dos sistemas de  representação vetorial, redefiniu os métodos tradicionais de elaboração de projetos, proporcionando uma precisão geométrica e eficiência de produção muito elevadas. Posteriormente, a modelação tridimensional (3D) e o desenvolvimento do BIM permitiram integrar informação técnica, material e espacial num único modelo, ampliando radicalmente as possibilidades de análise qualitativa e quantitativa, e a velocidade na simulação e visualização do projeto arquitetónico.

Atualmente, a incorporação da inteligência artificial representa uma nova etapa, mais disruptiva neste percurso evolutivo. Os sistemas baseados em IA expandem as fronteiras da conceptualização arquitetónica, tanto na criação de imagens e modelos em 2D e 3D, como na geração de variações formais, análise de dados urbanos ou otimização de soluções construtivas. Estes instrumentos emergentes não substituem o papel do arquiteto, mas tornam-se poderosos aliados no processo criativo, na liberdade geométrica e nas alterações substanciais aos cânones da representação gráfica em arquitetura.

Neste contexto, a exposição propõe-se também provocar uma reflexão crítica sobre tradição e vanguarda, manual e digital, onde a manualidade do desenho continua a afirmar-se como ato fundamental do pensamento e exercício arquitetónico, mas agora em diálogo e, por vezes, em tensão com os meios digitais e algorítmicos. A mostra permitirá, assim, mapear a heterogeneidade da paisagem, em permanente mutação, evidenciando as distintas abordagens e linguagens visuais que caracterizam as práticas atuais dos ateliers de arquitetura da região.